quarta-feira, 3 de junho de 2015

O preto no branco.

O tempo passa...! Muitas pessoas afirmam que "vivemos em outros tempos!"
É verdade. Vivemos noutros tempos, mas com os mesmos vícios e desejos. Meu saudoso pai já me dizia que a humanidade, em pleno século XXI, continua embrutecida como na Antiguidade: os homens lutam por poder; irmãos matam irmãos; homens roubam e saqueiam; mata-se por vingança; sacerdotes mentem para seus fiéis seguidores; fiéis mentem para si e para seu Criador; e quase tudo é comprado (o que não se puder comprar, toma-se na marra!). Segundo ele, a única coisa que evoluiu ao longo dos séculos foi a tecnologia e a medicina, a segunda de carona com a primeira.

Quer saber? Ele tinha razão!

Em todas as esferas de nossas vidas, verificamos situações que nos deixam com vergonha alheia. Por exemplo, não entendemos porque colegas detonam-se, uns aos outros, para conseguir aquela função gerencial; o porque de um sacerdote insistir que, para o cristão ser batizado nessa ou naquela igreja precisaria se despir de suas jóias, deixando-as para a Congregação; o porque pessoas que são eleitas pelo povo e para o povo se deixam corromper; o porque, dentro de uma mesma família, seus membros se degladiam por herança; Fraternidades onde o ambiente é o menos fraterno possível, onde prevalece a disputa por um poder mesquinho;... O resultado mais comum destas atitudes são pessoas pedindo demissões ou transferências de trabalhos porque o ambiente é de difícil convivência. No campo religioso, os discípulos se afastam da Igreja com a idéia de que, se lá que é um lugar santo o sacerdote parece um coletor de impostos... Alguns políticos trocam de Partidos porque não admitem participar de manobras obscuras. Na família, "é melhor eu afastar-me deles". Nas Fraternidades, fecham-se as portas e jogam-se fora centenas de anos de tradição.

Agora, vejamos, imaginemos que somente há sombra porque existe a luz. Quando cessar a luz, a escuridão tomará conta de tudo. Assim ocorre em qualquer segmento de nossas vidas. Quando cansamos de atuar em função dos desvios de conduta de outros elementos, é como se desistíssemos de defender aquilo em que acreditamos. É como entregar o ouro ao bandido. 

De todos os exemplos que citei, tomemos um único para não tornar muito extenso este texto.

Imaginemos que, dentro de uma Congregação de pessoas livres, onde a prática da caridade é a principal atividade e, nesse lugar, aproveitemos para nos aprimorar moral e espiritualmente. Pois bem, se todos aqueles que acreditam que tem algo de bom para oferecer se afastarem dessas atividades tão bem vistas, sob o pretexto de que já não suportam o comportamento desregrado, vaidoso e cheio de soberba de um membro ou de um determinado grupo, o que restará? O que sobrará para aqueles que esperam pelas ações caridosas? É como se todas as árvores fossem derrubadas e o ar não pudesse mais ser renovado. Sem as luzes, só há trevas e desequilíbrio. O contrário também é verdadeiro. Pensemos num tabuleiro de xadrez: é possível jogarmos só com as peças brancas ou pretas? Um precisa do outro para coexistir.

Por isto, não permitamos que apaguem a nossa chama! Não nos envergonhemos pelo comportamento alheio, mas tenhamos paciência com tudo. Até porque, eu mesmo sou carregado de vaidade...


Jáber Campos - Aprendiz de gente.'.


Causas primárias

  Quem somos? Pra que viemos? Se nada é nosso, o que temos? Vida, vida longa e eterna. De que nós somos feitos, Se quando estamos no leito, ...